GOVERNO DE MINAS INCENTIVA A CRIAÇÃO DE FLORESTAS.
O governo de Minas, com a parceria da iniciativa privada,
vai desenvolver um conjunto de ações com o objetivo de
revitalizar a produção florestal na Zona da Mata mineira.
A proposta é promover a plantação sustentável de
eucalipto, a fim de gerar renda, emprego e contribuir para
o controle do aquecimento global, entre outros objetivos.
Um dos segmentos a serem beneficiados é a produção
de móveis no município de Ubá.
A transferência de tecnologia aos plantadores de floresta
será feita por intermédio de cartilhas que apresentarão
informações sobre os viveiros de mudas e plantio do
eucalipto, entre outras. Haverá distribuição de mudas
e insumos, encontros com os produtores para a
disseminação de práticas e acompanhamento permanente
dos trabalhos nas áreas de florestas e propriedades rurais.
Além disso, estão previstas atividades para desenvolver a
Capacidade de gerenciamento do plantador florestal e
enfatizar a importância da produção sustentável.
Os trabalhos serão coordenados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que responde pelo desenvolvimento e fomento florestal de Minas Gerais, e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Integram também a parceria o Instituto Estadual de Florestas, Emater-MG – vinculada à Secretaria da Agricultura–Universidade Federal de Viçosa (UFV), Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá (Intersind), Sociedade de Investigações Florestais (SIF) e Sebrae Minas.
Essas instituições assinarão um convênio para a realização das ações, nesta quarta-feira (25), às 15 horas, na Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em Belo Horizonte.
Plantar e colher florestas
Segundo o secretário da Agricultura, Gilman Viana,
as novas tecnologias de cultivo e manejo que serão
oferecidas pelo convênio aos plantadores de floresta
comercial também vão beneficiar os produtores
rurais interessados em incluir plantações florestais
em suas propriedades. “Essas atividades constituem
uma parte importante da produção rural. Assim como
o agricultor planta e colhe grãos, por exemplo, também
planta a muda de eucalipto para colher madeira. Tanto
um quanto outro precisam do suporte tecnológico para
aprimorar suas atividades, devem buscar resultados e
tornar o seu setor auto-sustentável”, explica o secretário.
O produtor pode se beneficiar, por exemplo, da tecnologia
do Sistema de Integração Agricultura / Pecuária, contando
para isso inclusive com linha de crédito do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). De
forma inovadora, também o Pró-Floresta pode apoiar o
produtor rural no financiamento integrado lavoura/pecuária
e floresta. Segundo Gilman Viana, o sistema tem efeitos
positivos comprovados para recuperação de pastagens,
controle da erosão, conservação e melhoria da qualidade
da água e conservação e diminuição das emissões de
gás carbono.
Tradição florestal
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob a coordenação do professor José de Castro Silva, reforça a decisão da parceria público-privada criada para oferecer inovação tecnológica ao setor florestal da Zona da Mata. De acordo com o trabalho “ Transferência Tecnológica da UFV para Programas de Fomento Florestal em Pequenas Propriedades Rurais na Área de Influência do Pólo Moveleiro de Ubá (MG)”, devem ser adotadas medidas para garantir a recuperação da biodiversidade a uma parte da Zona da Mata, bem como de mananciais e áreas de atividade agrícola e pecuária, além de fortalecer o plantio de florestas.
O estudo aponta a necessidade de aumentar a renda do produtor, diversificar o uso do solo e da produção, promover a capitalização das propriedades e incorporar à produção terras ociosas, improdutivas e tomadas pela erosão. As ações recomendadas devem resultar em fornecimento de matéria-prima florestal, valorização da propriedade agrícola, incentivo ao modelo de integração agricultura, pecuária e floresta e desenvolvimento econômico do município e região. “Em síntese, é o caminho para a sustentabilidade”, diz o secretário da Agricultura.
Segundo o Sindicato Intermunicipal das Indústrias Moveleiras de Ubá e Região , dados de 2005 apontam que o setor moveleiro regional conta com 342 indústrias, principalmente micro e pequenas empresas, de natureza familiar, sendo 203 instaladas no município de Ubá, gerando 14.737 empregos diretos. Esses dados também foram incluídos no estudo da UFV, mostrando que o setor é forte, mas segundo a instituição tem limitações sérias quanto à sua sustentabilidade e perspectivas de expansão. Um dos problemas apontados é a excessiva dependência de abastecimento de compensados e outras peças fabricadas para a movelaria que são produzidas e transportadas de São Paulo e do Paraná. Além disso, as indústrias de móveis da região buscam madeira sólida da Bahia e de estados da região Norte do País.
O estudo da UFV mostra que a demanda por madeira na Zona da Mata está aumentando e não existe reposição suficiente do estoque florestal, colocando em risco a sustentabilidade do pólo moveleiro. Por isso é urgente a criação de uma base florestal própria da região, com um estoque que garanta a expansão do setor, benefícios econômicos, ambientais e sociais. O trabalho mostra as condições de criação dessa base florestal, entre elas o relevo e o clima apropriado para florestas – principalmente de eucalipto –, além de uma grande extensão territorial e um mercado favorável ao uso da matéria-prima colhida.
O pólo moveleiro de Ubá e região consome 4.500 metros cúbicos de madeira de eucalipto por mês, e as atividades avícolas precisam mensalmente de um volume quase idêntico para a produção de peças para telhado, construções de galpões das granjas e outras. Representa cerca de 200 mil metros cúbicos por mês o consumo de outros setores, entre eles o siderúrgico, metalúrgico, carvão vegetal, cerâmicas, laticínios, construções rurais e construção civil.
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