GOVERNO DE MINAS INCENTIVA A CRIAÇÃO DE FLORESTAS.

02/11/2011 12:09

O governo de Minas, com a parceria da iniciativa privada,

vai desenvolver um conjunto de ações com o objetivo de

 revitalizar a produção florestal na Zona da Mata mineira.

 A   proposta  é  promover  a  plantação   sustentável  de

eucalipto, a fim de gerar renda, emprego e contribuir para

 o controle do aquecimento global, entre outros objetivos.

Um dos segmentos a serem  beneficiados  é a  produção

de móveis no município de Ubá.



A transferência de tecnologia aos plantadores  de  floresta

será feita  por  intermédio  de  cartilhas  que  apresentarão

 informações  sobre  os   viveiros  de  mudas  e plantio do

 eucalipto,  entre  outras.  Haverá  distribuição  de  mudas

 e  insumos,   encontros  com  os  produtores  para  a

 disseminação de práticas e acompanhamento permanente

 dos trabalhos nas áreas de florestas e propriedades rurais.

 Além disso, estão previstas atividades  para  desenvolver a

 Capacidade  de  gerenciamento  do  plantador  florestal  e

 enfatizar a importância da produção sustentável.        



Os   trabalhos  serão   coordenados  pela  Secretaria  de Estado  de  Agricultura,  Pecuária e Abastecimento, que responde pelo desenvolvimento e fomento florestal  de  Minas  Gerais, e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Integram também a parceria o Instituto Estadual de Florestas, Emater-MG – vinculada à Secretaria da Agricultura–Universidade Federal de Viçosa (UFV), Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá (Intersind), Sociedade de Investigações Florestais (SIF) e Sebrae Minas.



Essas instituições assinarão um convênio para a realização das ações, nesta quarta-feira (25), às 15 horas, na Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em Belo Horizonte.  



Plantar e colher florestas


Segundo o secretário da Agricultura,  Gilman  Viana,

as novas tecnologias de cultivo e manejo que  serão

oferecidas pelo convênio aos plantadores de floresta

 comercial  também  vão  beneficiar  os  produtores

 rurais interessados em  incluir  plantações  florestais

 em suas propriedades. “Essas atividades constituem

 uma parte importante da produção rural. Assim  como

 o agricultor planta e colhe grãos, por exemplo, também

 planta a muda de eucalipto para colher madeira. Tanto

 um quanto outro precisam do suporte tecnológico para

 aprimorar suas atividades, devem buscar resultados e

 tornar o seu setor auto-sustentável”, explica o secretário. 



O produtor pode se beneficiar, por exemplo, da tecnologia

 do Sistema de Integração Agricultura / Pecuária, contando

 para  isso  inclusive  com  linha  de  crédito  do  Banco

 Nacional  de  Desenvolvimento  Econômico  (BNDES).  De

 forma inovadora,  também o  Pró-Floresta  pode  apoiar  o

 produtor rural no financiamento integrado lavoura/pecuária

 e floresta.  Segundo  Gilman  Viana, o  sistema  tem  efeitos

 positivos  comprovados  para  recuperação  de  pastagens,

 controle da erosão, conservação  e  melhoria  da  qualidade

 da  água  e  conservação  e  diminuição  das  emissões  de

 gás carbono.   



Tradição florestal


Um estudo realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob a coordenação do professor José de Castro Silva, reforça a decisão da parceria público-privada criada para oferecer inovação tecnológica  ao  setor  florestal  da  Zona  da  Mata.  De  acordo  com  o  trabalho  “ Transferência Tecnológica da UFV para Programas de Fomento Florestal em Pequenas Propriedades Rurais na Área de Influência do Pólo Moveleiro de Ubá (MG)”, devem ser adotadas medidas para garantir a recuperação da biodiversidade a uma parte da Zona da Mata, bem como de mananciais e áreas de atividade agrícola e pecuária, além de fortalecer o plantio de florestas. 



O estudo aponta a necessidade de aumentar a renda do produtor, diversificar o uso do solo e da produção, promover a capitalização das  propriedades  e  incorporar  à  produção  terras  ociosas, improdutivas e tomadas pela erosão. As ações recomendadas devem resultar em fornecimento de matéria-prima florestal, valorização da propriedade agrícola, incentivo  ao  modelo  de  integração agricultura, pecuária e floresta e desenvolvimento econômico do município e região. “Em síntese, é o caminho para a sustentabilidade”, diz o secretário da Agricultura.      



Segundo o Sindicato Intermunicipal das Indústrias Moveleiras de Ubá e Região , dados  de 2005 apontam  que o  setor  moveleiro  regional  conta  com  342 indústrias,  principalmente  micro  e pequenas  empresas, de natureza familiar, sendo  203  instaladas no município de  Ubá,  gerando 14.737 empregos diretos. Esses dados também foram incluídos no estudo da UFV, mostrando que o setor é forte, mas segundo a instituição tem limitações sérias quanto à sua sustentabilidade e perspectivas de expansão.  Um  dos  problemas  apontados  é  a excessiva  dependência  de abastecimento de compensados e outras peças fabricadas para a movelaria que são produzidas e transportadas de São Paulo e do Paraná. Além disso, as indústrias de móveis da  região  buscam madeira sólida da Bahia e de estados da  região Norte do País. 



O estudo da UFV mostra que a demanda por  madeira na  Zona  da  Mata  está  aumentando e não existe reposição suficiente do estoque florestal, colocando em  risco  a  sustentabilidade  do  pólo moveleiro. Por isso é urgente a criação de uma base florestal  própria da região, com  um  estoque que garanta a expansão do setor, benefícios econômicos, ambientais e sociais. O trabalho mostra as condições  de criação   dessa  base  florestal, entre  elas  o relevo  e  o  clima  apropriado  para florestas – principalmente de eucalipto –, além de uma grande extensão  territorial e  um  mercado favorável ao uso da matéria-prima colhida. 



O pólo moveleiro de Ubá e região consome 4.500 metros cúbicos de madeira de eucalipto por mês, e as atividades avícolas precisam mensalmente de um volume quase  idêntico para a  produção de peças para telhado, construções de galpões  das  granjas e outras.  Representa  cerca  de  200  mil metros cúbicos por  mês  o  consumo  de  outros  setores,  entre  eles o  siderúrgico,  metalúrgico, carvão vegetal, cerâmicas, laticínios, construções rurais e construção civil. 

 

< Anterior

 

Próximo >

 

 

Mais Informações:  31 3915 8545/ 8552