criação de tambaqui

Um acordo de cooperação envolvendo a Noruega e o Brasil deverá impulsionar diferentes áreas da aquicultura dos dois países. A parte mais importante das negociações aconteceu durante o World Aquaculture 2011, congresso mundial da área que ocorreu de 6 a 10 de junho em Natal (RN).

A comitiva norueguesa foi formada por pesquisadores do Instituto Norueguês de Pesquisa em Alimentos, Pesca e Aquicultura (Nofisa). Pelo Brasil, falaram representantes do Ministério da Pesca e da Aquicultura, pesquisadores da Embrapa e diretores da Embrapa Pesca e Aquicultura.

A parte da cooperação que envolve a Embrapa e a Nofisa também deverá englobar outras instituições de pesquisa e compreende três linhas de atividades principais.

A primeira envolve investigações referentes à reprodução, melhoramento genético e conservação de espécies nativas brasileiras. Essa atividade tem, entre outros objetivos, o desenvolvimento de marcadores moleculares, a caracterização genética de populações e a identificação de genes relevantes, como os relacionados ao crescimento e à resistência a doenças.

Os sistemas de produção do tambaqui é outro tema a ser trabalhado no âmbito dessa cooperação. Peixe brasileiro com grande potencial comercial, o tambaqui poderia ser uma espécie dominante nos mercados de pescado de acordo com o chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Carlos Magno Campos da Rocha.

“Nós podemos fazer com o tambaqui o que foi feito com a tilápia para a qual foram desenvolvidas tecnologias de produção e que hoje domina a aquicultura nacional”, afirma Rocha.

O terceiro braço do acordo estudará questões ligadas à alimentação e à nutrição de peixes que prevê pesquisas em nutrigenômica, levantamento de demandas nutricionais das espécies estudadas e tecnicas de processamento de rações, entre outros temas. Todas as linhas do acordo preveem a realização de intercâmbios para a capacitação e treinamento de pesquisadores brasileiros e noruegueses.

O coordenador do Programa Norueguês de Criação de Bacalhau, Atle Mortensen, presente na reunião, prevê que o acordo trará vantagens para os dois países e explicou o interesse no Brasil.


“Sempre vimos o Brasil como um país de grande pontencial para a aquicultura, com capacidade com um enorme litoral e concentrando 13% da água doce mundial”, conta Mortensen, que também é pesquisador do Nofisa.

O norueguês também ressaltou a preocupação de seu país em desenvolver meios para contornar a demanda mundial crescente por alimentos, problema que a aquicultura pode ajudar a resolver, segundo o pesquisador.

O chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura comemorou a parceria e colocou o evento como um polo gerador de parcerias. “É muito importante a participação da Embrapa em congressos da área para fazer novos contatos e para ter uma conversa mais próxima com futuros parceiros, como foi o caso da Noruega”, pontua Rocha.

Durante os cinco dias do World Aquaculture 2011, passaram pelo estande da Embrapa comitivas do Chile, da Espanha, da Comunidade Europeia e do Banco Mundial que realizaram reuniões de aproximação com a empresa.


Fábio Reynol
MTb 30269
fabio.reynol@embrapa.br